Friday, May 04, 2007

O prefeito de Florianópolis Dário Berger abriu a entrevista coletiva de ontem à tarde, falando da Operação Moeda Verde como um "terremoto que atingiu a nossa estrutura". Ao lado do procurador-geral do município Jaime de Souza, o prefeito apresentou à imprensa trechos da decisão do juiz federal Zenildo Bodnar sobre as justificativas que levaram à prisão temporária de servidores e secretários de seu governo. Todos permanecem afastados dos cargos enquanto ocorre a investigação administrativa.

Os que exerciam cargo de confiança serão substituídos pelos interinos. Berger acusou a administração da prefeita Ângela Amin (PP) e a Fundação do Meio Ambiente (Fatma), ligada ao governo do Estado, pelas irregularidades apontadas.

O prefeito discorreu sobre cada um dos casos. Sobre o complexo residencial Il Campanário, em Jurerê Internacional, disse que o licenciamento ocorreu em 1º de dezembro de 2004, pela administração anterior. O licenciamento ambiental foi executado, conforme o prefeito, pela Fundação do Meio Ambiente (Fatma).

Sobre o Shopping Iguatemi, a licença dada pela prefeitura da Capital teria sido em 29 de dezembro de 2004, dois dias antes do final da administração Angela Amin (PP). Quanto ao Floripa Shopping, Berger disse que a administração anterior deu a licença em 21 de maio de 2002.

A respeito do Hospital Vita, informou o prefeito, o licenciamento teria sido fornecido pela Fatma. Sobre o Costão Golf, lembrou decisão recente do TRF da 4ª região, que transfere a responsabilidade à esfera estadual.

O prefeito defendeu os colaboradores acusados lendo trechos do processo (veja matéria ao lado). Sobre o envolvimento do secretário de Obras Aurélio de Castro Remor, disse considerar "exagero" a prisão tendo em vista os dados que constam na decisão do juiz:

- Eu mesmo já recomendei a secretários que analisem com carinho algumas questões desse tipo.

Sobre Francisco Rzátki, superintendente da Floram, Berger considerou que "é preciso saber quais são as irregularidades, pois da forma como está escrito é muito genérico".

- Considero que não existem indícios suficientes para recolher os amigos e fazer um sensacionalismo desses - disse o prefeito.

Sobre o secretário Renato Juceli de Souza, da Susp, Berger também considerou os dados genéricos:

- A Susp não concede licença ambiental, e sim a Floram. A Susp concede, sim, o alvará de funcionamento.

Para o prefeito, "o caso carece de fundamentação legal para a prisão dos companheiros que fazem parte da prefeitura".

Comentando o caso do líder do governo na Câmara, Juarez Silveira, acusado pela PF de "comandar a quadrilha responsável por emitir licenças ambientais irregulares mediante pagamento de propina e troca de favores", Berger foi sucinto:

- Por enquanto não temos novo líder.


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