Thursday, May 10, 2007

Inquérito ganha força com quebra de sigilos

Diário Catarinense ; Felipe Pereira ; 10/5/2007



Completados sete dias, a Polícia Federal começa uma nova fase na Operação Moeda Verde, com a abertura de um inquérito para investigar a comercialização de licenças ambientais em Florianópolis. Como as investigações, de acordo com a assessoria de imprensa da PF, teriam apontado indícios de participação de todos os 22 suspeitos, nenhum deles foi excluído. Também não está descartada a possibilidade de outras pessoas serem chamadas para prestar depoimento ou mesmo terem prisão decretada pela Justiça.

O prazo para conclusão do inquérito é de um mês, mas pode haver prorrogação, se necessário, disse ontem a delegada responsável pelo caso, Julia Vergara.

Também foram quebrados os sigilos bancário e fiscal de seis suspeitos: o vereador Juarez Silveira; o ex-secretário da Secretaria de Urbanismo e Serviços Públicos (Susp), Renato Juceli de Souza; o presidente da Santur, Marcílio Ávila; o ex-servidor da Fundação do Meio Ambiente (Fatma), André Luiz Dadam; o servidor afastado da Fundação Municipal do Meio Ambiente de Florianópolis (Floram), Marcelo Nascimento; e o superintendente da Floram, Francisco Rzatki.

No despacho, o juiz Zenildo Bodnar escreveu que a medida pretende verificar o patrimônio dos suspeitos e descobrir se houve alguma transação financeira entre eles. O documento ressaltou que o êxito das investigações depende da quebra dos sigilos fiscal e bancário. A assessoria de imprensa da Vara Federal Ambiental informou que em casos que envolvem denúncias de corrupção esse procedimento é normal.

O construtor do Floripa Shopping, Carlos Amastha, esteve ontem com o chefe da Delegacia de Crimes Ambientais, Raimundo Barbosa. O empresário entregou uma caixa de documentos e disse que funcionários de órgãos ambientais pediram propina para permitirem a construção do empreendimento. Amastha não quis citar nomes. Ele afirmou que foi chantageado por agentes públicos que defendiam interesses de outros, mas disse que alguns foram presos pela Operação Moeda Verde.

O empresário afirmou que os órgãos de administração de Florianópolis estão "absolutamente falidos".

- Se não conhecer ninguém seu processo não vai para a frente - acusou.

Sobre sua relação com o vereador Marcílio Ávila, disse que ele é seu amigo, mas que não recebeu ajuda para conseguir autorizações para construir o Floripa Shopping. Amastha afirmou que foi depor voluntariamente depois que leu no DC de sábado declaração da delegada Julia Vergara sobre suposto favorecimento para construção do Floripa Shopping.

Amastha compareceu três vezes na sede da Polícia Federal. No domingo, falou com a delegada Julia Vergara, e ontem, por duas vezes, com Raimundo Barbosa.

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